sábado, 1 de maio de 2010

Mensagem de Fé

“A Paróquia Nossa Senhora das Dores: na presença de Maria, as comunidades celebram a vida".


Por que nós celebramos a vida? A vida que temos é Dom de Deus, logo, o que nos move é a vida dada pelo próprio Deus. O Espírito Santo de Deus move o nosso sentir, pensar e agir. O que motiva hoje a nossa vontade de construir um mundo mais justo e solidário é a profunda sede de Deus que nós temos dentro do nosso coração.

O tema "A Paróquia Nossa Senhora das Dores: na presença de Maria, as comunidades celebram a vida" (Lc 24,9), tem como base sólida a passagem bíblica de Lucas que narra um evento extraordinário após a ressurreição. O que movia o desejo das mulheres em testemunhar a ressurreição do Senhor, foi a verdadeira experiência que fizeram com Ele antes de sua morte (cf. Lc 8,1-4).

O testemunho das mulheres aos apóstolos, fora primeiramente recusado – “acharam tudo isso um delírio e não acreditaram” (cf. Lc 24,11), mas com a ressurreição e o anúncio das mulheres (Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago) algo de novo ficou na consciência dos Onze.

“Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos, enquanto estavam comendo. Ele os criticou pela falta de fé e pela dureza de coração” (Mc 16,14).

As mulheres foram no primeiro dia da semana ao túmulo, ou seja, pela manhã que corresponde ao atual domingo; a luz começava a surgir, mas os corações ainda não estavam iluminados pela fé (cf. Lc 24,1-4). Após o encontro verdadeiro com Jesus, elas se lembraram dos seus ensinamentos. Não viram o Senhor, mas passaram a acreditar, por causa da palavra vinda do céu. Agora, já feita a experiência de fé, as mulheres com corações iluminados para reler tudo que o Mestre (Rabbuni) falou e realizou. Sob novas luzes, estavam em condições de aprofundar o mistério que envolvia a pessoa de Jesus Cristo. Desde então celebrar o sentido e o valor da vida tem um gosto muito especial, pois crer no Cristo torna nossa vida plena, em Deus.

“Voltando do sepulcro, contaram tudo isto aos Onze e a todos os outros” (Lc 24,9), logo diante deste acontecimento as mulheres foram às primeiras missionárias e anunciadoras do Cristo Crucificado-Ressuscitado. O anúncio muda o sentimento da comunidade, não fica mais presente o medo e a desconfiança que fere o espírito comunitário, mas sim a alegria da coragem de anunciar a Boa Nova ao um mundo que precisa conhecer o valor da vida eterna. A preocupação da Igreja é sempre de valorizar a vida do ser humano, e por isso que na busca da promoção de um mundo mais justo, com o exemplo de Maria nós cristãos devemos defender a vida dos pobres. Quando falamos de “pobre” lembremo-nos que tal conceito fala uma pessoa desprovida de recursos básicos. Para eles faltam as condições básicas que possibilite o bom sustento de sua vida. O pobre não consegue ter uma vida digna porque sempre lhe falta o necessário.

Um aspecto valioso sobre a obediência de Maria que Santo Agostinho diz, é a respeito ao que ela aprendeu de Cristo:

“Vale mais para Maria o fato dela ter sido discípula de Cristo do que Mãe de Cristo; é uma prerrogativa maior ela ter sido discípula do que mãe. (...) Santa é Maria, bem aventurada é Maria, mas a Igreja é mais importante do que a Virgem Maria. Por quê? Por que Maria é uma parte da Igreja, um membro de todo o corpo. Se ela é um membro de todo o corpo, sem dúvida mais importante é o corpo”. (Sermões de Santo Agostinho)1

Por fim, o que deve ser observado na pessoa de Maria como testemunha de fé é que a sua obediência a tornou a própria imagem e exemplo da vocação ou do dever da Igreja e de cada um de seus membros. Em primeiro lugar ela recebeu o Senhor com submissão (Lc 1,38.48), mesmo colocando a sua moral em risco (Mt 1,18-20). Em segundo lugar ela é aquela que traz em si Jesus Cristo, mas ela não quer conservá-lo para si mesma, pois, afinal de contas, ela é quem o traz ao mundo: neste sentido ela participa – como Igreja – daquilo que chamamos de colaboradora do projeto de Deus para salvar o mundo. Então, hoje todas as comunidades podem celebrar o valor da vida juntamente com Maria, pois ela é aquela que secretamente introduziu entre os homens o Cristo, em que o Reino de Deus está presente.

Para o mundo com o seu testemunho feminino, Maria foi aquilo que a Igreja continuará sendo até o retorno de Cristo: a defensora do Céu.

Feliz Mês Mariano a todas as comunidades!

1 GROPPELLI, Vitor. Maria, a Igreja e o povo: breve curso de mariologia para os leigos. São Paulo: Editora Ave Maria, 2009, p. 43

 
DIÁCONO RICARDO HENRIQUE

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