sábado, 20 de outubro de 2012

MISSÕES NO LOBATO


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Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Missões - 2012 

“Chamados a fazer brilhar a Palavra de verdade” (Porta Fidei n. 6)
Fé e anúncio 
O anseio de anunciar Cristo nos impulsiona a ler a história para analisar os problemas, aspirações e esperanças da humanidade, que Cristo deve curar, purificar e preencher com a sua presença. A sua mensagem, de fato, é sempre atual, penetra no coração da história e pode dar resposta às inquietações mais profundas de todo homem. Por isso, a Igreja, em nome de todos os seus componentes, deve estar consciente de que “os horizontes imensos da missão eclesial e a complexidade da situação presente requerem hoje modalidades renovadas para se poder comunicar eficazmente a Palavra de Deus.” (Bento XVI, Exortação Apostólica pós-sinodal Verbum Domini, 97). Isto exige, antes de tudo, uma renovada adesão de fé pessoal e comunitária ao Evangelho de Jesus Cristo, “num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver” (Carta Apostólica Porta fidei, 8). 
Efetivamente, um dos obstáculos ao impulso evangelizador é a crise de fé, não apenas no mundo ocidental, mas em grande parte da humanidade, que, faminta e sedenta de Deus, também deve ser convidada e conduzida ao pão de vida e à água viva, como a Samaritana que vai ao poço de Jacó e dialoga com Cristo. Como narra o Evangelista João, a vicissitude desta mulher é particularmente significativa (cfr Jo 4, 1-30): encontra Jesus, que lhe pede de beber, mas depois lhe fala de uma água nova, capaz de saciar a sede para sempre. No início, a mulher não entende, permanece no nível material, mas lentamente é conduzida pelo Senhor a realizar um caminho de fé que a leva a reconhecê-lo como o Messias. A esse propósito, Santo Agostinho afirma: "depois de acolher Cristo Senhor no coração, que mais poderia ter feito (aquela mulher) senão abandonar a ânfora e correr para anunciar a boa nova?" (Homilia 15, 30). O encontro com Cristo como pessoa viva que sacia a sede do coração só pode levar ao desejo de compartilhar com os outros a alegria desta presença e fazê-Lo conhecer para que todos a possam experimentar. É preciso renovar o entusiasmo de comunicar a fé para promover uma nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição cristã que estão perdendo Deus como referência, a fim de redescobrir a alegria de crer. A preocupação de evangelizar nunca deve permanecer à margem da atividade eclesial e da vida pessoal do cristão, mas sim caracterizá-la fortemente, conscientes de ser destinatários e, ao mesmo tempo, missionários do Evangelho. O ponto central do anúncio permanece sempre o mesmo: o Kerigma do Cristo morto e ressuscitado pela salvação do mundo, o Kerigma do amor de Deus absoluto e total por todo homem e por toda mulher, cujo ápice está no envio do Filho eterno e unigênito, o Senhor Jesus, que não se eximiu de assumir a pobreza de nossa natureza humana, amando-a e resgatando-a, por meio da oferta de si na cruz, do pecado e da morte. 
A fé em Deus, neste desígnio de amor realizado em Cristo, é antes de tudo um dom e um mistério a receber no coração e na vida e pelo qual agradecer sempre ao Senhor. Mas a fé é um dom que nos é dado para ser compartilhado; é um talento recebido para que produza frutos; é uma luz que não deve ficar escondida, mas iluminar toda a casa. É o dom mais importante que nos foi feito em nossa existência e que não podemos guardar para nós mesmos. 

Bento XVI - Vaticano, 6 de janeiro de 2012, Solenidade da Epifania do Senhor

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